Wednesday 30 May 2007

A Família Buscapé

Eu sempre falo que tenho uma família Buscapé. As pessoas riem, mas não há definição melhor. Para começar pela procedência que é do interior de São Paulo, de uma cidade que sempre tem que estar acompanhada para as pessoas fazerem idéia de onde é - "Monte Alegre do Sul, Onde?, Perto de Serra Negra". Aí tem o sotaque, que muitos tentam disfarçar, mas que se denuncia a cada "porta" pronunciada. Com exceção da minha avó que mantém o sotaque italiano de seus pais, com aquele "r" incrivelmente paulistano.

Mas a surpresa na cara de todos é quando eu falo no tamanho da família. Tanto meus avós paternos como maternos criaram 14 caipirinhas de cada lado. Aí, some-se aos meus 26 tios diretos os respectivos cônjugues, filhos, netos e agregados. Eu nunca consegui chegar ao número real dos membros da minha família, e já vou avisando que quando eu casar, festa nem pensar... é prejuízo na certa!

Então imaginem nas festas de família o auê que é, principalmente porque duas coisas nunca faltam: vinho e quem goste de vinho. Ficam as bochechas e olhos todos vermelhos, as conversas vão da pouca vergonha política do país até a pouca vergonha da sua vida. Sim, da SUA vida, porque se você conhece qualquer membro da minha família pode ser motivo de conversa. Já fazer parte da família é motivo de discussão. Mas isso, só porque todo mundo te ama e se preocupa com você.

Friday 25 May 2007

Lost in Translation again

Outro dia um amigo me convidou para comemorar o aniversário dele num karaokê na Liberdade. Quando comentei com alguns amigos, vários deles reconheceram a fama do lugar. Eu nunca tinha ouvido falar. Desconfiada sempre, procurei na internet, mas tudo o que eu achava eram blogs que comparavam a casa ao filme Lost in Translation (Encontros e Desencontros). Ótimo, porque eu tampouco sabia da existência de tal filme.

Fui na sorte (mas levei uma amiga pra garantir). E adorei. Adoramos. E ela resolveu repetir a dose, mas dessa vez comemorando o os seus 22 anos! De repente o lugar ficou muito mais popular e até o público já não estava mais tão "underground". Mas ainda lembra "Lost in Translation" (eu finalmente vi o filme, por acaso, mas isso é história pra outro post").

O ápice da noite foi minha amiga (por sinal a Garota do Zippo, aniversariante) e cia cantando Nuvem de Lágrimas. Acho que do metrô dava pra ouvir (o lugar fica há uma três quadras da estação Liberdade) a galera empolgada com o clássico sertanejo. Depois do sucesso, cantar qualquer coisa era um desafio em que poucos se saiam bem. Duas clientes, resolveram tentar uma música típica de fim de balada, total deprê e desconhecida. Foram vaiadas e obrigadas a terminar a apresentação mais cedo. Mas, revoltadas, chamaram na chincha "os fãs de Adorian Barbosa", não acreditando que teriam a capacidade de interpretar com dignidade o Samba do Arnesto. Katya, Garota e eu encaramos a pimpolha e subimos ao palco com o desafio aceito. E deveríamos ter apostado, porque apesar da desafinações, fizemos a Rua da Glória sambar e os próprios Demônios da Garoa ficariam orgulhosos se lá estivessem.


Serviço:
Bar / Restaurante / Chopperia / Karaokê / etc. Liberdade (não necessariamente nessa mesma ordem)
Rua da Glória, 523 (pertinho da estação Liberdade)
Entrada: free
Música: R$ 2 / Cerveja: R$ 3 / Água: R$ 3,50 (pede a música antes da cerveja, porque tem fila no Karaokê).
Expediente: Das 18h às 6h*

* Eu tinha colocado aqui que era 24 horas, mas a minha amiga atenciosa me informou sobre a plaquinha escondida que dizia das 18h às 6h.

Thursday 24 May 2007

Descafeinada

Um recorde na minha vida. Até este momento estou há aproximadamente 85 horas sem beber um único gole de café. Tenho tido dores de cabeça, sonolência, e penso nele o tempo todo. Mas tenho resistido. Claro que não sem propósito. Ocorreu que no domingo eu fui comer no shopping Plaza Sul e, enquanto minhas amigas degustavam um gordo pedaço de pizza, com refrigerante, eu resolvi que precisava controlar minhas calorias e pedi uma salada do famoso Montana Grill, rede de restaurantes da dupla Chitãozinho e Xororó. Como eu sei disso? Há um pôster enorme atrás do balcão anunciado o fato. E o fato é que na segunda-feira eu acordei e fui trabalhar. Já antes do almoço a coisa não parecia bem aqui por dentro, mas depois ficou inconsistente (entenda essa palavra em sentido bem amplo).

Passar mal no trabalho até que não é tão mal, se você pode ir embora. O problema, aí, é ir embora quando você demora uma uma hora e meia para chegar em casa. Mas o importante é que eu cheguei e capotei na cama. Minha homemate, atenciosa, fez até sopinha.

No dia seguinte, é óbvio que não consegui ir trabalhar. Mas vivi uma experiência única. Fui (acompanhada por uma amiga, claro) a um hospital público. Pode parecer vergonhoso, mas eu nem sabia qual era o "procedimento" para ser atendida em um. Mas quão surpresa eu fiquei em ser realmente bem atendida em todas as etapas e não ter que esperar muito para me consultar. Sabe, eu tinha aquela idéia de que me perguntariam até o n° do meu sutiã, quando na verdade, pediram apenas um documento. E ainda tive a oportunidade de conhecer um pouco de perto os motivos da greve nos hospitais públicos que será iniciada dia 28.

Então, daí, depois de tomar meio litro de soro, Plasil e Buscopan, o médico disse para eu não comer nem beber um monte de coisa. Mas o que me deixou triste foi ter que ficar mais alguns dias sem café.

É difícil, mas eu supero. Só mais alguns dias e já posso dizer que não sou uma vicidada

Friday 18 May 2007

Alguém quer um autógrafo?

Eu sei que o tema Orkut está batido demais, inclusive muitos amigos meus simplesmente deletaram essa ferramenta de destruição de suas vidas. A mim, posso dizer que o referido não causou nada de muito glorioso e nada de muito devastador. Ele já me causou dor, por ser indiscreto, mas (acho que em termos absolutos pelo mesmo motivo) me trouxe mais coisas boas, então resolvi deixar ele lá, e visitar de vez em quando. Eu nunca consegui entender muito bem a necessidade das pessoas de ficar vasculhando a vida alheia até que um dia, sem querer, vi uma informação e quando me dei por conta estava obcecada em me aprofundar nos detalhes. Que coisa horrível! Ainda bem que sou uma pessoa equilibrada, e antes que descesse ao fundo do poço, agarrei a borda e retornei à superfície. Também já cometi algumas indiscrições, não o suficiente para escancarar a minha vida, mas o necessário para atiçar a curiosidade dos orkuteiros de plantão. Não que eu queria ser alvo dessa curiosidade, mas um pouco de mistério traz um certo charme, né não?

E, apesar de muitos contestarem, o Orkut revela, sim, muito sobre seus membros. Tem os mais discretos, os escancarados, os curiosos, os carentes que ficam mandando recados para a comunidade mundial pedindo amigos pelos amor de deus, etc., etc,. e tem os fãs. Qualquer que seja o problema dos fãs, é bem sério. O ser humano te conhece num dia, em um evento qualquer por tabela, e no dia seguinte vira teu fã no Orkut. A menina é uma colega de classe, com quem você falava raramente (e nem fazia muita questão mesmo), que finge que não te vê em festas, mas ela é sua fã no Orkut. E aquele indivíduo que você não vê há uns dez anos, desde a sexta série quando mal existia e-mail, e que é seu fã. Meu, como ele sabe que eu continuo uma boa pessoa? Ele sabe que eu não vou mais à igreja? E se eu virei uma criminosa, como esse fulano pode ser meu fã!?

Coisas da psicologia humana. Nem Freud explica, porque ele nem tinha Orkut.

Thursday 10 May 2007

Look out! here comes Spider-man

No domingo fui assistir Spiderman 3. Claro que não sem antes me preparar: aluguei, no sábado, os dois filmes anteriores para refrescar a memória e, claro, aumentar a expectativa. Funcionou. No domingo estava empolgadíssima para assistir a sequência e ver mais uma brilhante participação do Stan Lee! Assisti a todos os trailers da internet e durante o filme eu soltei vários "Ai meu deus". Eu ia escrever maravilhas do filme aqui, mas como um amigo achou "meia boca" resolvi respeitar a diversidade de opinião e deixar que VOCÊ, leitor (a) deste não-periódico, tire sua própria conclusão. O importante é assistir a mais essa fantãstica aventura de Peter Parker, cada vez mais nerd. E não, eu não estou recebendo por este post.


Does whatever a spider can

Mas quando for assistir, pense nos inconvenientes de pegar a sessão das 18h30, de um domingo, no Shopping Frei Caneca, considerando que é um filme juvenil. Você pode dar a má sorte de sentar ao lado de um casal enamorado na faixa menor de 18 anos, nem um pouco interessado no filme, e ficar se perguntando porque eles pagaram a entrada (e chegar a conclusão de que, com menos de 18 anos e pouco dinheiro, o cinema pode ser a única solução - o que não diminui a irritabilidade da situação).



Friendly neighborhood Spider-man

E quando você for embora, tome cuidado com uma possível família de torcedores santistas folgada armando barraco na catraca do metrô porque querem fazer passar sem pagar os filhos maiores de cinco anos (e ainda se acham com razão, porque "No ônibus, deixam". Pena que Spider-man só em Nova Iorque.

Saturday 5 May 2007

Lixação Visual


Uma coisa que ainda não comentei aqui é o quanto odiei essa coisa de "limpeza visual" iventada por esses vereadores de São Paulo. Tudo bem que precisava de uma regulamentação sobre o assunto, mas tirar tudo eu acho um pouco de exagero. Até
porque, pelo que consigo me lembrar (e eu me esforço bastante pra isso), a maioria das aberrações visuais são criadas por não publicitários - tipo aqueles cartazes de shows impressos aos milhares e colados um ao lado do outro em todas as paredes da
cidade, ou aquelas faixas com mensagens pessoais e contrangedoras "Amó perdoa tudo que eu fiz de errado estou arrependida Vilma" (eu tenho vergonha só de olhar pra isso). Engraçado é que isso continua, mas os luminosos da Blockbuster não...

Sabe que eu já até ouvi pessoas comentando como aquela propaganda era bonita, como era criativa, que até deixava a cidade mais bonita. Poxa, eu ficava toda orgulhosa da minha profissão. E agora? Onde havia aquela obra-prima da criatividade
agora tem parede cinza e esburacada. Onde tinha aquele luminoso que acendia a noite escura das ruas paulistanas, agora tem uma faixa pobre e minúscula que mal dá pra ver de dia, quem dirá a noite.

E os pobres pequenos empresários do setor? Deus tenha piedade. Agora pobres e desempregados. Isso sem falar no mercado para jovens iniciantes na Comunicação que ficou mais escasso (Designers gráficos vão se especializar em design de miniaturas,
Comunicação Externa vai virar adivinhação - mas o que será que aquele estabecimento vende? Não parece uma Blockbuster?)

Eu fui particularmente prejudicada. Ou quem tentar ir à minha casa será. Os pontos de referência eram essenciais pra indicar o caminho. E agora o que vou dizer? Vira a direita depois de uma parede vermelha, depois de passar por uma parede vermelha e amarela, ao lado de um toldo azul. Ou eu posso colocar uma faixa enorme e constrangedora na esquina da minha rua e usá-la como referência.

Obs: créditos da foto: http://www.boringboring.com.br/

Tuesday 1 May 2007

Chef sem segredos

Eu sou fã de Jamie Oliver, um chef inglês que escreve livros e faz programas de culinária para a TV (aqui no Brasil, pode ser assistido pela GNT). Eu sempre gostei de improvisar na cozinha. Não sou nenhuma chef, mas geralmente obtenho sucesso nos meus investimentos culinários. Uma vez plagiei aquele recheio de maça da tortinha de maça do Mc Donald´s, e pra não ficar mais gostoso só faltou mesmo o pastelzinho crocante. Hoje, sozinha em casa e com dispensa vazia, não me restou outra alternativa a não ser improvisar para evitar enfrentar o fiozinho lá fora. Abri a geladeira e lá estavam o queijo Meia-cura, o Provolone e o requeijão. No mesmo instante uma rajada de vento me fez ter a brilhante idéia de um Foudue de queijo! Eu sou bem crítica com minhas experiências culinárias, por isso não duvide quando eu disser que o tal fondue ficou ma-ra-vi-lho-so. O tal fondue ficou ma-ra-vi-lho-so! E para compartilhar esta obra-prima culinária com vocês, lá vai a receita (para uma pessoa, ok? Se estiver acompanhado, aumente de acordo):

Fondue de Queijo Improvisado by BB


Aproximadamente:
50g de queijo meia-cura (tem na feira)
50g de queijo provolone
1 colher de requeijão (o meu era com ervas finas - coisa da minha mãe - mas pode ser o normal)
1/2 xícara de leite
1 colher de creme de leite
azeitonas, alho, azeite e pimenta-do-reino

Preparo: em uma colher de azeite refogue um pontinha de colher de alho. Coloque o leite e em seguida os queijos e o requeijão. Acrescente as azeitonas (umas três, sem caroço, e de preferência lave para tirar um pouco do sal). Quando os queijos estiverem derretidos acrescente o creme de leite, um pitada de pimenta-do-reino e desligue o fogo (o ideal é que o creme de leite não ferva).

Pronto! Sirva (se) com pães adocicados ou com pouco sal, como pão de forma, pão italiano, de batata (porque os foundue fica bm salgadinho). Bom Apetite!

No Dia do Trabalho, um descanso

Então o PaiB finalmente conseguiu aquele cantinho de descanso que ele sempre desejou, lá no interior (far away). Lá onde a maioria dos parentes moram. Claro que o local, apesar de muito interessante, precisa de uma reforma daquelas. É por isso que PaiB tem filho e filha já grandes, para que ajudem na pintura. Ele, com 1,80m, no teto e eu, 1,67m, no rodapé. O trabalho foi pesado mas a grande família deu conta. Até a minha futura cunhada, e minhas primas pré-adolescentes entraram na onda dos rolinhos e pincéis, das roupas velhas, chinelos havaianas, respingos de tinta, e paciência com o Nino (o nosso belo cão que está realizando um êxodo urbano, para se curar do estresse). E cansou mas foi gratificante ver a família reunida. E olha que eu sou a menos "família" lá de casa, hein.

Ah, no domingo, rolou a pré-inauguração. Pré porque a inaguração de verdade vai ser quando houver pelo menos garfos para todos os convidados. No domingo teve gente comendo feijoada de colher! Mas, família buscapé é assim mesmo, ninguém se preocupa muito com essa coisa de etiqueta.

Bom, em breve mais contos lá do Rincão Bão (nome dade por PaiB e aprovado com louvor pela família). Já que trabalhei muito no fim de semana, vou aproveitar o Dia do Trabalho para descansar da pintura e ter braços para o computador da empresa na quarta.