Friday 29 June 2007

Meu passado me condena, mas eu sou inocente

Eu nunca fui do tipo muito popular, em nenhuma das fases de minha vida. Eu (quase) sempre fui uma pessoa normal, com roupas normais e de óculos. Na verdade houve uma fase em que usei lentes de contato, e continuei impopular, mas levava mais cantadas. Aí, tímida que sou, voltei a usar óculos e as lentes ficam para ocasiões em que são mais práticas - praia, balada, caminhar no parque e ocasiões em que são mais práticas.

Nos dois primeiros anos da faculdade eu namorei um garoto que era meu "veterano" (mesmo curso, um ano na frente). E, eu não sei por que cargas d'água, sempre me aproximo de pessoas muito populares. Exemplo: minha melhor amiga na sexta série, minha melhor amiga no colégio, meu primeiro namorado, meu segundo. Por que na faculdade seria diferente? Não sei, mas não sou eu que escolho isso, simplesmente acontece. Afinal, os populares também amam.

Aí o negócio chato é que sempre alguém me associa a alguém. Na faculdade foi um problema, porque um monte de gente me conhecia (logo eu, popular? Não...) porque eu era "a namorada". No colégio eu era "a amiga" (de óculos). Na vizinhança eu sou "a irmã". Eu não tenho nenhuma crise de identidade por isso, mas poderia ter, concorda? Nos EUA, pessoas cometem chacinas em escolas por muito menos. Ainda bem que eu sou uma libriana das mais equilibradas.

Thursday 28 June 2007

Festa estranha com gente esquisita

Bem, após "uma Ópera-Eletrônica", minha amiga e eu ficamos para conferir se a balada seria melhor que o espetáculo. E não foi. Quero dizer, o espetáculo pelo menos inovou. Já a balada, foi a mais comum possível, com a diferença que só havia cerveja Nova Skin (nem quem voa de Gol merece isso!), e todas as bebidas - água, refri Skin, uísque, vodka, smirnoff ice e suco(?) - eram um absurdo de caras (no Tom Brasil, eu queria o quê, não? - mas R$ 5 numa Nova Skin, só se fosse a última do deserto).

Diferente na balada, só mesmo o público. Cada figura mais estranha que a outra me faziam sentir como uma anormal. Sério, por que eu estava tão normal por se tratar de um evento que eu tão tinha a mais vaga idéia do que era realmente, de saltinho anabela, jeans, blusa preta e blazerzinho, que até meus óculos típicos eu deixei em casa em troca das inexpressivas lentes de contato.

Tinha biba se requebrando com as calças pelo meio do bumbum (e que tamanho de bumbum!), tinha senhora de shortinho de veludo e barriguinha de fora azarando garotinhos de 20 anos (minha amiga orou aos céus: "eu não quero ficar assim!"). Tinha senhora de roupa de senhora que se perdeu da caravana do Silvio (só isso explica). Tinha cara com calça de estampa de circo, com corte de cabelo tão estranho que o cabeleireiro devia ter Parkinson, com uma expressão de psicopata, sociopata e etceterapata. Tinha gente que realmente acredita que o que se vestem nas passarelas da SPFW é realmente pra ser usado.

Tudo isso foi o que deixou a balada no mínimo divertida. Por que, fora isso, tudo era normal: meninas vomitando no banheiro, meninos e meninas, meninos e meninos e meninas e meninas, gente bêbada, gente chata e gente interessante (isso menos, como é normal em todas as baladas). Mas o que era fora do comum era o tanto de gente da Cásper por lá! É impressionando como tem sempre muita gente da Cásper em coisas estranhas.

Wednesday 27 June 2007

Ópera quem?

O convite de uma amiga veio convenientemente preencher a minha noite de sábado. Ela precisava de alguém para acompanhá-la em uma super produção patrocinada pela empresa em que trabalha, e já que o evento era uma balada, melhor convidar uma amiga solteira, né?

O evento é o ultimamente comentado Via Gol. Uma nova investida do Marketing na imagem da empresa, que, bem, deu mais ou menos certo até agora. A idéia é inovadora, embora a princípio pareça incompreensível. Uma ópera eletrônica apresentada em um "espetáculo-festa", como eles gostam de chamar. Traduzindo, o evento começa com uma apresentação teatral, em que a ópera é acompanhada por música eletrônica regida por um DJ, e alguns instrumentos clássicos regidos por um maestro. Lembra de Moulin Rouge ou Romeo + Juliet? O antigo e o moderno juntos para contar uma história? Mais ou menos nessa linha, só que no palco. A Ópera é O Guarani (Carlos Gomes), baseada no livro homônimo de José de Alencar. Eu não li o livro e nem sabia que tinham feito uma ópera com ele, mas consegui entender "malemá" a estória. E para ser sincera, não gostei muito.

A forma como o espetáculo foi montado, resumindo absurdamente a peça, misturando elementos, e etc e tal, pedia que o espectador ao menos tivesse lido o livro, para conseguir acompanhar o desfecho. Ou o não desfecho, já que me parece que foi apresentada apenas uma parte do romance de Peri e Ceci. Mas eu gostei muito da idéia de unir dança moderna, música eletrônica e teatro. O que estragou mesmo foi a Ópera, porque não consigo associar o idioma italiano a nenhum dos outros elementos do espetáculo. É como se ficasse perdido ali. Se fosse um musical em português, poderia ser melhor. Mas continuando a falar um pouco das coisas boas: as coreografias eram ótimas mesmo. Elas tornaram as cenas de batalha entre índios e brancos em uma disputa de dança, sem deixar de parecer uma guerra. Todas as lutas, por sinal, foram retratadas de forma bem original. Em uma delas, Peri e o vilão se transformam em personagens de um game e a luta é vencida por rounds, bem no estilo Tekken ou Street Fighter. No palco, uma plataforma de seis ambientes lembrou uma peça de lego gigante onde os atores se dividiam e representavam diferentes movimentos ao mesmo tempo. Acima dessa plataforma, três telões mostravam personagens que não faziam parte da estória (parece que eles eram um tipo de caricatura do público) e nas laterais do palco dois telões mostravam as imagens do palco (como nos shows de música) e a legenda em português da Ópera. Tudo isso ligado, intercalado, na melhor expressão do pós-modernismo que eu me recordo de já ter visto. Depois do espetáculo, a noite continuou com música eletrônica até às 5 da matina (ou mais, não sei).

Enfim, gostei muito da montagem, da estrutura, da mistura música-eletrônica-teatro-dança-antigo-moderno, ou basicamente da parte técnica. Não gostei da Ópera, nem do narrador (que tinha uma dicção péssima) e nem dessa idéia de assitir em pé, pelo desconforto e porque o palco é baixo (quem ficou atrás perdeu a visão da peça e eu, que estava de salto, fiquei com os dedos dos pés dormentes).

Em tempo (ou não): para saber mais sobre o evento, www.arteviagol.com.br

Saturday 23 June 2007

Mala Vida

E vou eu fazer as malas novamente. Desde que vim morar em São Paulo, tive mais lares do que namorados. No começo, eu não ligava muito, por que a residência aqui era apenas para os dias úteis, já que meus pais entravam em crise se eu não voltasse pra Jundiaí no final de semana. Aos poucos, eu fui me acostumando e me apaixonando por São Paulo, e meus pais também foram se acostumando com a idéia de eu morar em outra casa. Outras casas.

O primeiro lar doce lar foi coincidentemente no mesmo prédio do meu, na época, namorado Difícil era aguentar o cheiro do Mc Donald's que ficava bem embaixo da minha janela. Um anos depois, tive que sair e no mesmo prédio encontrei uma ex-atriz frustrada e falida que alugava uma cama e um chuveiro, numa kitnete muito apertada, que era dividida com mais uma pessoa (ao todo três). Tempos difíceis aqueles. Desemprego, recessão, terceiro ano de faculdade... mas o pior mesmo era o cigarro da pseudo-atriz e as baratas. Um dia acordei e dei com uma no meu braço. Outro dia carreguei uma pro trabalho dentro da minha bolsa (me sentia a versão brasileira feminina de Joe e as baratas). Trabalho = mudança de vida. O terceiro era um apartamento. Bonitinho até, super claro, prédio bacana. E vai eu dividir com uma pessoa que conhecia há apenas um mês por um anúncio no mural da faculdade (na verdade, nenhuma das homemates eu conheci antecipadamente). Sabe, eu não me conformo com a minha falta de bom senso, ou precaução mesmo. E se fosse uma doida? Bem, doida ou não era meio porquinha. Vivia me irritando com a louça acumulada na pia, marca de copo no chão... E o cotonete e o fio dental que ela jogava no vaso sanitário? Era de enlouquecer.

Bem, minha última tentativa foi morar com um pessoal que eu conhecia lá do meu antigo trabalho. Deles eu já falei aqui. E agora, dos quatro seremos apenas três. O elemento masculino será eliminado do grupo por incompatibilidades de convivência.

Então, estou de mudança novamente, mas não mais só. Já é um avanço.

Thursday 21 June 2007

Campanha pela real presença

A intenet tem lá seu charme, afinal, é possível conversar com amigos que você não vê há anos, com aqueles que estão a kilômetros e a oceanos de distância, reatar contatos perdidos, e até mesmo manter na mira aquele affair. Por outro lado, a coisa saiu um pouco de controle. As pessoas estão perdendo a habilidade para conversas pessoais, por que é muito mais fácil escrever tudo no e-mail, ou na telinha do msn. É meio que um efeito paradoxo: a internet aproxima quem está longe e distancia quem está perto. Claro que isso não é regra, mas eu acho tão mais bacana quando um cara que quer sair comigo me liga e aí nós combinamos um programa legal, que satisfaça a ambos. Parece mais real.

Ultimamente a coisa se desenrola toda na iternet. Legal, bacana. Conversinhas no MSN, no mínimos aliviam a tensão do trabalho, recados no Orkut, e-mails, etc. têm um efeito renovador na auto-estima. Filtrados pelas telas dos computadores, celulares e afins, a gente tem muito mais coragem pra dizer algumas coisas, porque é um mundo virtual e depois você pode até fingir que nada aconteceu, porque, na verdade, nada aconteceu. Foram palavras ditas a uma personagem. É intimista, mas impessoal, porque não há olhares, expressões. Ninguém me vê corar. Assim como é mais fácil escrever, é mais fácil ouvir - as palavras perdem muito do impacto que possuem ao serem pronunciadas. Eu gostaria de ouvir pessoalmente metade das coisas que já recebi em mensagens instantâneas.

Emotions não substituem sorrisos, gargalhadas, olhares, o som de uma voz querida. Msn não substitui a presença. Palavras escritas não substituem palavras faladas. Recado no Orkut não mata saudade, e-mail não diz a verdade. Tudo isso ajuda muito, mas não substitui nada. Viva a real presença!

Wednesday 20 June 2007

Nem parece banco

Quem já não viu a campanha do Unibanco que usa aqueles bonequinhos aterrorizantes com olhos esbugalhados e sem boca? Desde o início dessa campanha eu odiei esses mascotinhos porque são um retrato tão fiel dos clientes dos bancos que até assusta uma honestidade assim, tão clara. Parece gozação. O que acontece é bem isso: o cliente arregala os olhos diante das atrocidades que os bancos cometem e fica mudo. Não tem pra quem reclamar. Banco não está sujeito a Código do Consumidor e não adianta você estardalhar porque eles sabem, e você também, que são todos iguais. Não se parecem com bancos, são bancos.

Veja o que me aconteceu: eu era estagiária da empresa G. Não fui efetivada e sai de lá em dezembro do ano passado (há mais de seis meses). Em maio começaram a me cobrar uma tarifa não sei do que, sem me avisar. Ligo eu pra agência (por que o fale conosco é uma privada - o botão "enviar" é a descarga). "Ah, a taxa é referente a manutenção da conta, porque você não é mais funcionária da empresa G". Ok. A gerente, simpática, me explicou e acertamos tudo. Até passei pra ela meu novo endereço comercial. Semanas depois, não consigo acessar o Internet 30 Horas (ainda vou entender esse "30 horas"). Falo com uma amiga que coincidentemente trabalha na empresa G e providencialmente se lembra de que as contas de todos os funcionários foram migradas para uma agência criada dentro da G. Faço o teste e adivinha?
Como assim? Eles sabiam que eu não trabalhava mais na G para me cobrar a nada sutil taxa de manutenção da conta, mas se esqueceram na hora de me privar de mais um transtorno. E ainda mandaram a carta de aviso pro endereço comercial antigo (na G). Conversando com a gerente, muito simpática por sinal, ela mesma não se conformou com a falta de atenção e me pediu desculpas. Mas me pediu paciência, porque não há nada que ela possa fazer para desfazer a burrada. E eu tenho que esperar 90 dias para eu ligar no tal telefone 30 horas (?) e eu consertar a "falta de atenção", que mais pareceu uma falta de organização desse banco que mais parece banco.

Xô zica!

Tem vez em que só pode ser urucubaca. Ou castigo divino, ou qualquer outra coisa mística que o (a) leitor (a) preferir acreditar. O negócio é que tanta coisa dando zica não pode ser pura coincidência. Ou é coincidência do destino e ele tá se
sacanagem comigo.

E ainda tem aquela carona que a gente pega em maré ruim. De repente parece que a gente vira meio que espelho de quem está a nossa volta. Alguém esbarra na panela do vizinho e lá tô eu encharcada.

Nunca fui muito de superstições, mas acho que vou tomar um banho de sal grosso, só pra garantir.

Em tempo: não é por nada não, mas lendo o noticiário, dá pra ver que não sou só eu ou meus vizinhos. É o país todo que tá numa zica danada! Precisa chover sal no Brasil, o país da Zica!

Thursday 14 June 2007

Psicologia Infantil no orkut. Freud faz falta

Voltando ao assunto orkut. Esses dias foi aniversário de um amigo meu. Ex-colega de faculdade, com quem eu converso às vezes no msn. Não cabe explicar as razões aqui, mas definitivamente (e quem me conhece sabe), não faz o meu tipo no que se refere a interesses afetivos.

Mas é claro que a namorada dele não sabe disso porque ela não me conhece e nunca me viu mais gorda. Mas deve conhecê-lo muito bem, já que eles namoram. Então, isso explica ou não o recado grosseiro que ela deixou no meu orkut, só por causa de um parabéns brincalhão que eu deixei no orkut dele?

Como o relacionamento deles nem um pouco me interessa, não cabe a mim discutir essa coisa de ciúme, etc.. A mim cabe a minha parte, que é a de achar isso uma falta de classe total. Bem, quanto ao meu amigo, creio que entendeu tratar-se de uma brincadeira. E quanto a ela... bem, talvez um pouco de psicologia infantil e umas aulas de etiqueta resolvam.

O país do apagão

Este país é uma piada. É o país do apagão. Depois do apagão da energia elétrica, tem apagão aéreo. Tem até apagão do transporte público, mas esse em São Paulo é racionado, num dia é o metrô, no outro é o ônibus que pára. E motivo é o que não falta: outro dia teve greve porque demitiram o fulano.

Em São Paulo tem apagão do PCC, no Rio tem apagão do tráfico. Qualquer um que se meter a besta, eles apagam. Apagam o comércio, apagam os gringos e estou só esperando apagarem o Pan. Mas o mérito não é só dos crimonosos. A PM de São Paulo também adora fazer apagão. É só ver uma aglomeração que sai apagando. Apagaram na Virada Cultural, e outro dia apagaram até sessão de cinema lá na Paulista.

Os caloteiros usam o sistema financeiro de contas apagar. No RH das empresas só a Folha de aPagamento.

Mas, o que mais apaga no Brasil é a memória do brasileiro. Brasileiro já nasce com mal de Alzheimer e por isso não se lembra de nada, e toda CPI cai no buraco negro da impunidade (é o apagão das CPI's), junto com as reformas (Apagão das reformas políticas), as promessas (É o Apagão da Campanha Política).

No Brasil tudo se apaga, nada se paga.

Tuesday 12 June 2007

Feliz Dia dos Solitários

Hoje é o terceiro Dia dos Namorados que eu passo sem namorado. E ainda bem que a data caiu em plena terça-feira e eu não vou ser obrigada a me esconder em casa para fugir dos casais se amassando mais do que nunca pelas ruas, bares e shoppings da cidade. É dia útil, estão todos trabalhando, inclusive eu.

Não, não pense que sou do tipo solteira amarga. Acho até bonito que namorados andem abraçados e tudo o mais, torna a cidade menos maquinista. Mas vamos ter um pouco mais de respeito com os solitários? Ver um casal, ou dois, passeando no shopping, olhando vitrines é bonito. Sair na rua e se deparar com incontáveis e incansáveis demonstrações de paixão é depressivo. Ouvir relatos daquele presente lindo que fulano ganhou, daquela surpresa super-romântica que fulana fez, então, é caso pra suicídio.

Por isso, que bom que hoje é uma terça-feira, e até o final de semana os presentes já estarão velhos, e o dia dos namorados terá passado sem que eu sinta falta de um (mesmo a minha mãe tendo feito questão de me lembrar que as minhas opções estão se esgotando). Sem crise, enquanto tiver amigas solteiras pra encher a cara e dar muita risada.

O Código Da Vinci

Nas duas últimas semanas as minhas viagens de casa para o trabalho e vice-versa eram descontraídas pela minha concentrada leitura de O Código Da Vinci. Pois é, me rendi ao best seller depois de ler O Último Templário (que é legal, mas a tradução é péssima) e despertar aquele interesse curioso pelo tal do Santo Graal. Bem, nem preciso dizer que no quesito História o texto é bastante superficial, mas também nem era o propósito do autor ser um revolucionário nesse campo. O livro conta uma aventura fictícia que envolve pessoas na busca por um objeto que até hoje ninguém sabe mesmo se existe e se é verdadeiro, mas que desperta curiosidade em uns e temores em outros. E eu particularmente adoro histórias de aventura, ainda mais se estiverem mescladas com um pouco de romance (fazer o quê, sou brega mesmo). O que posso dizer pelo menos da versão em português é que é um texto muito fácil de compreender o que torna a leitura mais rápida e mais gostosa. E ainda posso dizer que a idéia de popularizar os principais pontos de todas essa trama conspiratória que envolve a Igreja Católica Romana é muito válida mesmo partindo de um romance de ficção. E isso inclusive responde a pergunta que permeia todas as páginas da estória: a verdade sobre a vida e a divindade de Cristo deve ser revelada (se ela realmente existir)? Eu acredito que sim, e em doses pequenas, para não destruir o mundo de quem se dedica a essa crença. Eu que já fui até catequista para preparar jovens para o sacramento do Crisma estou muito bem, obrigada, depois que decidi aceitar que a Igreja Católica, assim como todas as instituições religiosas, foi fundada por homens, sobre alicerces de interesses minoritários e preconceituosos, e é exatamente o oposto do que pregava Jesus Cristo segundo os registros da própria Bíblia. Mas esse tema é longo demais e daria pra um blog inteiro, não apenas para um post. De qualquer modo deixo registrado aqui que vale a pena ler O Código Da Vinci, tanto pelo conteúdo histórico, como pela aventura intrigante. Ah! E pelo amor de deus, não vejam o filme. É muito ruim.

Saturday 9 June 2007

É a vida, é bonita e é bonita

A vida é mesmo cheia de surpresas. Na verdade eu diria que ela própria é uma surpresa, já que a gente não sabe o que acontecerá no próximo segundo. Estou aqui escrevendo e de repente a energia elétrica acaba, o telefone (celular, porque minha internet é discada) toca com uma notícia louca, eu tenho um piripaque e caio dura no chão... e aí, paro de escrever (ufa!, ainda estou viva!). E aí um monte de gente vai pensar que deveria ter me ligado quando pensou em ligar, mas acabou deixando pra lá, que deveria ter me deixado um recado no orkut, mandado um e-mail, me chamado no msn, me convidado pra sair, ou podido me atender daquela vez em que eu liguei. E aí tem gente que vai se sentir culpada, como se o meu desaparecimento fosse um castigo pela sua atitude. No fundo as pessoas são muito pretenciosas, e mesmo sem se dar conta sempre acham que essas coisas de vida e morte estão intimamente ligados consigo. E talvez estejam, sei lá.

A gente passa meses, e até anos, sem falar com uma pessoa, e aí descobrimos por acaso que ela está internada em um hospital e parece que temos que falar com ela imediatamente. Será que isso é hipocrisia ou simples compaixão? Será que esses sentimentos mudam tanto de pessoa para pessoa?

Bom, às vezes é a desculpa de fazer aquela visita adiada a tanto tempo, ou repensar em uma visita que já não constava mais nos seus planos, né. O ser humano é assim.. complicaaado.

Tuesday 5 June 2007

Reflexões do Campo de Batalha

Eu sou contra qualquer tipo de classificação de pessoas. Acho que ser de alguma religião, nacionalidade, sexo ou sexualidade não implica em atitudes pré-determinadas. Claro que tudo isso influencia na opinião do cara, mas não determina sua personalidade. Pertencer a um grupo social não significa que todos desse grupo são iguais, agem igual... enfim, acho que essa parte vocês entenderam.

Por isso, mesmo admitindo que a sociedade cria um estereótipo masculino e um feminino, e que em algumas sociedades esses estereótipos são imensamente mais dispares que no Brasil, sou contra quando alguém diz que o que fulano fez, fez só por que é homem (ou mulher, mas neste texto vou focar o masculino). Frases como "todo homem é 'bagunceiro', 'infantil', 'machista', etc." não fazem parte das minhas verdades. Acho que existem pessoas bagunceiras, infantis e machistas, independente de qualquer que seja a sua formação (física e mental). Por exemplo tem um conhecido meu que tem 10 anos a mais que o meu irmão, mas parece que tem dez anos a menos e ainda sofre de crise existencial e síndrome de vitmismo. Síndrome de vitmismo é um termo que eu uso para descrever as pessoas que sempre se acham vítimas em todas as situações, que sempre tentam fazer o outro se sentir culpado, que fazem merdas, se arrependem e ficam choramingando pelos cantos, mas jamais pedem desculpas porque o outro é muito mais forte e opressor, e só por isso já é culpado. O egocentrismo é tamanho que até o presidente dos Estados Unidos é seu inimigo (como se ele tivesse algum amigo depois que Blair caiu fora).

Eu não entendo nada de psicologia, mas basta conviver com alguém assim para se surpreender com o baixíssimo nível de maturidade que pode atingir (bater portas, malhar coisas, reivindicar direitos que são comuns a todos, como se fosse apenas seus, mas não cumprir os deveres que também são comuns a todos por achar que merece algum privilégio, etc., etc., etc.). E não aceito desculpas de que "É homem, foi mimado a vida toda". Eu conheço homens que foram mimados a vida toda e que mesmo assim conseguiram atingir um certo nível de maturidade até chegar aos 30.

Para mim, há poucas coisas mais patéticas do que achar que o mundo te deve favores, independente do que você tenha passado na sua vida. Usando as palavras do amigo Padula, mas aqui em outro contexto "Cada um precisa saber o quão insignificante é e se colocar no seu lugar", parar de se lamentar e de achar que os outros fazem tudo baseando-se na sua infelicidade. Cada um é responsável por sua própria vida (pelo menos após os 18 anos isso é incontestável).

Friday 1 June 2007

Família Buscapé do pé quebrado

O legal de ter uma família grande é que, invariavelmente, sempre há uma boa história pra contar. Acho que boas histórias acometem todas as famílias, mas por uma questão de proporção, as maiores tem mais. E quando eu digo boas histórias, não me refiro a contos de fadas e coisas bonitinhas, mas histórias que dariam roteiros para contos (dos românticos aos de terror) e até roteiros de filmes (por que não?).

Bom o fato mais recente não daria pra um livro, mas dá pra um post aqui no blog. Aconteceu que, no último domingo, a Mamãe B já preparava as coisas para deixar o Rincão Bão e voltar à cidade, quando tropeçou no doce e atrapalhado Nino, o cãozinho da família B. Eu não estava presente, mas fiquei sabendo que o simples tropeço que nem rendeu uma queda brava, obrigou Pai B a deixar tudo o que estava fazendo levar a mamãe trapalhona no hospital mais próximo (que fica na cidade vizinha). Depois dos primeiros socorros, eles retornaram a Jundiaí e foram direto para o hospital particular vinculado ao Plano Médico, descontado na folha de pagamento do meu pai todos os meses, há uns 20 anos pelo menos.

Não teve jeito. Precisou ficar internada e só saiu do hospital no dia seguinte lá pelas quatro da tarde. Uma providência divina fez com que uma tia minha estivesse de férias justamente essa semana para cuidar da mamãe buscapé, agora, com o pé quebrado.

E tudo isso aconteceu lá, e eu estou aqui, a semana inteira pensando que as coisas na vida acontecem sem aviso prévio. Sem drama, e até com certa graça, porque ainda bem que tem conserto.