Tuesday 5 June 2007

Reflexões do Campo de Batalha

Eu sou contra qualquer tipo de classificação de pessoas. Acho que ser de alguma religião, nacionalidade, sexo ou sexualidade não implica em atitudes pré-determinadas. Claro que tudo isso influencia na opinião do cara, mas não determina sua personalidade. Pertencer a um grupo social não significa que todos desse grupo são iguais, agem igual... enfim, acho que essa parte vocês entenderam.

Por isso, mesmo admitindo que a sociedade cria um estereótipo masculino e um feminino, e que em algumas sociedades esses estereótipos são imensamente mais dispares que no Brasil, sou contra quando alguém diz que o que fulano fez, fez só por que é homem (ou mulher, mas neste texto vou focar o masculino). Frases como "todo homem é 'bagunceiro', 'infantil', 'machista', etc." não fazem parte das minhas verdades. Acho que existem pessoas bagunceiras, infantis e machistas, independente de qualquer que seja a sua formação (física e mental). Por exemplo tem um conhecido meu que tem 10 anos a mais que o meu irmão, mas parece que tem dez anos a menos e ainda sofre de crise existencial e síndrome de vitmismo. Síndrome de vitmismo é um termo que eu uso para descrever as pessoas que sempre se acham vítimas em todas as situações, que sempre tentam fazer o outro se sentir culpado, que fazem merdas, se arrependem e ficam choramingando pelos cantos, mas jamais pedem desculpas porque o outro é muito mais forte e opressor, e só por isso já é culpado. O egocentrismo é tamanho que até o presidente dos Estados Unidos é seu inimigo (como se ele tivesse algum amigo depois que Blair caiu fora).

Eu não entendo nada de psicologia, mas basta conviver com alguém assim para se surpreender com o baixíssimo nível de maturidade que pode atingir (bater portas, malhar coisas, reivindicar direitos que são comuns a todos, como se fosse apenas seus, mas não cumprir os deveres que também são comuns a todos por achar que merece algum privilégio, etc., etc., etc.). E não aceito desculpas de que "É homem, foi mimado a vida toda". Eu conheço homens que foram mimados a vida toda e que mesmo assim conseguiram atingir um certo nível de maturidade até chegar aos 30.

Para mim, há poucas coisas mais patéticas do que achar que o mundo te deve favores, independente do que você tenha passado na sua vida. Usando as palavras do amigo Padula, mas aqui em outro contexto "Cada um precisa saber o quão insignificante é e se colocar no seu lugar", parar de se lamentar e de achar que os outros fazem tudo baseando-se na sua infelicidade. Cada um é responsável por sua própria vida (pelo menos após os 18 anos isso é incontestável).

2 comments:

Thiago Padula said...

Estereotipar as pessoas é um dos recursos que mais se usa no humor, só que o humor preza pelo julgamento raso, superficial, e parece que os julgamentos sérios também ficam nessa profundidade - o que é bem triste.

E isso sobre reivindicar direitos mas não cumprir deveres é perfeito. A vida em sociedade é uma estrada em mão dupla, mas parece que fazem questão de fazer de conta que a faixa amarela no meio é branca.

bb said...

Bem, eu mesma em momentos de humor faço estereótipo, mas quando o assunto é sério, já me vi tendo discussões sérias com pessoas que generalizam uma nação por causa de 1/2 dúzia.

E com certeza, tem gente que enxerga a faixa amarela, branca, e ainda por cima não respeita limites de velocidade, faz ultrapassagens perigosas, dão faróis altos. É é capaz de andar na contra-mão a vida toda reclamando de quem vem na direção oposta.