Thursday 12 July 2007

Enquanto isso congelo

No prédio em que trabalho o ar condicionado funciona muito mal. É mais um retrato da desigualdade em que vivemos: de um lado (ironicamente, o da Marginal Pinheiros), ele não funciona e todo mundo morre de calor. Do outro lado (o da Berrini, claro), ele funciona demais, e todos morrem de frio. Mas fica tão frio que eu sinto o ar gelado em meu rosto como se fosse uma brisa de inverno. Mas fica tão frio que eu vou me encolhendo toda na cadeira, até ficar com 75% do meu corpo sob a mesa. O frio é tanto que eu fico puxando a gola do casado pra proteger a nuca da geada, e uso o cachecol até as orelhas. É tanto frio que as mão endurecem e os dedos digitam com dificuldade. É tanto frio que eu tenho que sair da minha mesa, atravessar a linha do equador e, lá no território tropical do andar, solicitar dramaticamente a regularização da temperatura, por que a minha pele nórdica está ficando congelada.

1 comment:

Thiago Padula said...

Enquanto isso, na minha sala o ar-condicionado quebrou (foi só eu chegar) e é um calor tão violento, mas tão violento, que às vezes eu acho que o epicentro do aquecimento global está ali.