Tuesday 3 July 2007

O fim de mais uma guerra

Depois dos contos sobre o campo de batalha, quase não é surpresa que trincheiras tenham sido romovidas e a infantaria se retirado da luta.

Na verdade não foi uma retirada, mas um ponto final na disputa por um território árido e pobre, sem nenhuma riqueza natural ou potencial de desenvolvimento. Estou falando do bairro em que morava, e onde uma verdadeira guerra se travou com indivíduos de língua hispânica. Um deles, dentro de casa, costumava ser um dos nossos, brigar do mesmo lado, arrastando o seu portunhol e bradando com orgulho que "non tiña sotáque". Entretanto, findado seu relacionamento com uma de nossas soldadas, o desertor equatoriano, que trocou os dólares de Quito pelos reais de São Paulo, decidiu enfrentar a guerra com o seu exército de um homem só.

Ganhando umas batalhas, perdendo outras, ainda tínhamos, eu e mais duas bravas soldadas, que enfrentar a fúria cubana do vizinhos que se punham a cantar aos sábados pela manhã, ou a conversar em alto volume nos dias de semana noite a dentro, ou ainda, a gritar e chorar desesperos de brigas de casal a la dramalhão mexicano (mas eles eram cubanos, então imagina uma mistura de Fidel com Thalia).

Enfim, nem sempre o maior contingente é o que domina o território, não é mesmo? Nesse caso, a cúpula da inteligência militar paulista resolveu com unanimidade que não valia a pena desperdiçar munição e desgastar a força armada na disputa por um território ermo. Cedemos, tão logo encontramos um novo espaço, muito mais promissor. A conquista não foi fácil, tivemos que provar boas intenções e condições de manter o bom funcionamento das atividades econômicas e estrututais, com altos investimentos em seguros. Após muitas reuniões de negociação, o contrato finalmente formalizou a nossa ocupação, mesmo que por tempo determinado e sem o direito ao uso e fruto. Porque, no fim de todas as guerras, as vitórias são condicionadas aos recursos do campo conquistado.

5 comments:

Thiago Padula said...

Papinho de perdedor, hein?

bb said...

Vc que pensa... é porque não viu o novo território, rs. Demos a volta por cima pelo menos três andares.

Anonymous said...

é verdade, padula.....

o exército equatoriano ficou à míngua: sem geladeira, fogão, guarda-roupas ou máquina de lavar. Sem contar que elas cederam abdicaram de um deserto para ficar com um oásis. rsssssss

mas...... mistura de fidel com thalia foi f***......huahauhauhauhau

Parabéns pelo novo território, girl!!!!!

Anonymous said...

hummm....tem aquela pergunta sarcástica q naum quer calar, soldado Benatti: Será que o equatoriano já leu este artigo??

hauahuahuahuahua...

bb said...

Tks, Ká.

Provavelmente não, Mara. Não há nada sobre Java (ou chába)aqui no blog, rs.