Wednesday 4 July 2007

Home, sweet home

Após uma semana de muita ansiedade, finalmente chegou o grande dia. O da mudança. Bem, o dia em si não pareceu tão grande, mas a mudança... Essa nos surpreendeu, já que o pensamento minimalista nos assolava por que, realmente, possuímos poucos móveis. Entretanto, quanta coisa, quanta bagunça, quanta sorte. Sorte por que o motorista emprestado, juntamente ao caminhão, por um amigo de Pai B, para transportar a mudança chegou com quatro horas de atraso, pra lá de bagdá. Não fosse o mano meu, geralmente desligado no volante, mas nesse dia astuto como uma raposa, teríamos vira paçoquinha quando o caminhão quase não conseguiu frear na ladeira da Loefgreen.

E eu, quando pensava que já estava surpreendendo como navegadora, sem errar sequer um quarteirão, o mapa me prega uma peça "e agora, esquerda ou direita?". Mano astuto foi reto. Mara boa de memória lembrou e partimos para dar a volta no quarteirão e entrar, então, à direita. E por pouco não viramos novamente paçoquinha e eu ao invés de me mudar para Moema sigo direto ao Paraíso. Deus me livre - não do paraíso, que não quero ir pro inferno de jeito nenhum, mas de morrer assim, tão cedo, sem ter conhecido a Europa, sem ter aprendido a costurar na máquina, sem nem ter terminado o quadro que comecei ano passado onde pretendo pintar a comuna com o meu nome que fica lá na Itália.

Mas então, passadas todas as aventuras, basta estacionarmos na frente do meu novo endereço que aparece, assim do nada, uma senhora com os olhos cheios d'água e a voz embargada procurando pelo seu celta azul marinho, que ela tinha certeza ter estacionado ali, naquela rua, em que sua filha mora. "Não senhora, infelizmente não vimos, acho melhor a senhora procurar a polícia", pensando comigo mesma que quem dera a polícia fosse ao menos capaz de consolar a pobre senhora, que de pobre parecia não ter nada, e de memória menos ainda.

Depois dos sustos, o trabalho pesado. Um leva e traz do caminhão para o saguão, do saguão para o elevador, do elevador para corredor, do corredor para dentro do apê, e lá dentro a distribuição dos itens como dava, depois a gente arruma. A Dona Márcia, mãe de cilidors, tava lá pra ajudar, com um bolo de fubá cozido de dar água na boca. Depois apareceu a Garota que botou nos trinques a cozinha, com destaque para a decoração especial das canecas sobre a geladeira e dos biscoitos armados despojadamente em um cestinho - claro que a decoração assim foi ocasional, afinal ninguém vai deixar os biscoitos assim ao relento para perderem suas propriedades mais crocantes. Super Katyuska forrou o armário da pia com Contact vermelho, dando um tom retrô bem twist, e depois partiu para a sala, transformando a pilha de CD's e DVD's em painel verdadeiramente artístico, onde Maria Rita mantém seus olhos fixos em Chapplin, que embora tenha seu busto voltado na direção dela, olha para o espectador, porque ele sim, era um artista, sem medo de encarar o público.

Cozinha arrumada, Garota foi-se ao encontro do seu mais novo amigo. Camas e Guarda-roupa montados, chuveiro instalado e sofá na posição correta, Mano e ajudantes escalados por Pai B partiram de volta a Jundiaí. Sala em ordem (na medida do possível), fome finda com pizza pronta do Pão de Açúcar, e depois de minutos contemplando a janela indiscreta o prédio vizinho, Katyuska também pegou o caminho da roça.

E as três bravas guerreiras finalmente descansaram em meio às caixas e sacolas ainda espalhadas por seu novo e aconchegante lar, doce lar.

3 comments:

Anonymous said...

Cilidors falando: na nossa doce casa a gente conversa sobre esse "apelido" que vc me colocou..rsrsrs

Anonymous said...

huahuahuahuahu.....

como vc não contou o ponto mais legal da casa? UM QUARTO CLOSET!!!!!! Q inveja, meninas.....rsssssssss

bjinho

Roberta said...

Puta que pariu, um closet. Um quarto de vestir. Acho muito chic. Mas morar em Moema sem closet, vc há de convir, não teria a menor condição. =D
beijos